Por Ernani Fagundes | Julho de 2015

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As plataformas eletrônicas de captação de recursos pela internet – também conhecidas como plataformas de equity crowdfunding – já listam mais de 520 projetos de startups (empresas nascentes) inovadoras brasileiras, sendo 10 ofertas em andamento. A líder do segmento de equity crowdfunding no Brasil é a Broota, que já concluiu 4 operações de arrecadação de recursos pela internet e possui 9 ofertas em andamento: Bougue, Mondial Brands, Mobinte, Mercode, Made In Natural, Cremme, Ad Fácil, Sencer e DNA Plus. A plataforma pioneira no Brasil, a EuSócio lista 2 ofertas (Anova Pesquisa e Nuu Pão de Queijo), e a estreante EqSeed divulga seu primeiro projeto, a da Kokar Automação Residencial, que buscará no próximo mês de agosto entre R$ 200 mil a R$ 1 milhão em capital de risco com futuros sócios, que terão entre 10% a 20% da empresa.

“O potencial em equity crowdfunding é muito grande no Brasil e decidimos entrar nesse mercado também”, afirmou o matemático britânico e cofundador da EqSeed, Greg Kelly. Ele viveu nos últimos cinco anos o desenvolvimento do segmento de equity crowdfunding no Reino Unido. “O que aconteceu de crescimento lá, pode acontecer no Brasil também”.

Na Inglaterra, esse mercado de arrecadação coletiva de recursos pela internet já financiou mais de 270 projetos de sucesso, reuniu 190 mil investidores e arrecadou o equivalente a R$ 94 milhões em libras esterlinas, média aproximada de R$ 350 mil por projeto financiado. No Brasil, as primeiras 4 ofertas concluídas pelo Broota arrecadaram do mínimo de R$ 120 mil para a Impact Hub Floripa, passando pelo volume captado de R$ 200 mil para a Timokids, de R$ 230 mil à Aulalivre, até a máxima de R$ 300 mil pela Pet Delícia, que fornece alimenta- ção natural para cães e gatos. Ao todo, com as operações em andamento, a Broota já conseguiu arrecadar R$ 2,5 milhões.

O economista americano e também cofundador da EqSeed, Brian Begnoche, diz que o modelo de equity crowdfunding cria empregos e negócios e ajuda no crescimento da economia. “O mercado de startups existe nos Estados Unidos desde a década de 60 do século passado e hoje há uma oferta enorme de recursos para todo o tipo de empresa. O modelo de equity crowdfunding é desenhado para reduzir custos com campanhas de divulgação e aproxima a comunidade de investidores de projetos inovadores”, diz. Os fundadores da EqSeed lembraram que a reguladora do mercado de capitais brasileiro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deverá fazer uma audiência pública sobre esse modelo de financiamento coletivo pela internet no segundo semestre. “Nos Estados Unidos recentemente, a regulação proibiu o acesso para investidores não sofisticados”, contou Begnoche.

Segundo o advogado especializado em startups, Flavio Picchi, a regulação atual da CVM presente na instrução n° 400 é leve e possui poucas limitações. Pela legislação em vigor, as empresas podem captar nesse modelo até R$ 2,4 milhões e ter, no máximo, faturamento de R$ 3,6 milhões. “É preferível a legislação atual, é simples e prática. Mas a CVM quer dar algum tipo de proteção aos investidores para que não caía em nenhuma roubada. Na audiência pública, talvez a CVM proponha um limite de valor fixo para aplicação individual ou um limite de percentual do patrimônio do investidor”, diz Picchi. O principal receio dos agentes intermediários desse novo segmento é que a CVM crie muitas amarras ou limite o acesso apenas para investidores qualificados, hoje considerados assim pelo patrimônio financeiro superior a R$ 1 milhão. “Estamos trabalhando com a CVM e uma associação de plataformas irá participar da consulta pública”, afirmou Greg Kelly. A audiência pública deverá acontecer até o último trimestre de 2015, com instrução prevista para vigorar no próximo ano.

Picchi esclareceu que o modelo de financiamento das plataformas eletrônicas de captação coletiva utiliza a emissão de títulos de dívida que são conversíveis em participações de capital após um tempo de maturação dos projetos. “É capital de risco [pode-se perder tudo], mas por razões tributárias, o modelo de títulos de dívida conversíveis é o mais adequado”, diz o advogado. Greg contou que a nota de dívida conversível em capital da EqSeed tem duração de 4 anos. “Até a empresa investida se tornar uma S.A. [sociedade por ações] de capital fechado”, diz. Brian completou que no futuro, ou seja, no horizonte de longo prazo, a empresa investida também poderá atingir o ponto de listagem no Bovespa Mais, o segmento de acesso de pequenas e médias empresas na Bolsa de Valores de São Paulo. “Com um plano financeiro elaborado, essas startups estarão agindo como grandes empresas”, apontou. O custo de uma operação de captação coletiva na estreante EqSeed é de 7,5% do valor da oferta concluída. “O crédito não é a melhor forma para empresas desse por te”, argumentou Brian sobre a restrição e escassez de financiamento nos bancos às startups.

Grandes em startups 

O público que aplica o dinheiro em startups é formado por investidores-anjos, pessoas físicas empreendedoras, executivos de grandes empresas, e fundos de capital semente ou de venture capital. “As grandes empresas também estão investindo em startups, sai mais barato do que gastar milhões em pesquisa. É o corporate venture”, diz o diretor do programa Acelera Start-ups da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Bruno Guizoni. O diretor contou que grandes empresas como Embraer, Totvs, Intel e Qualcom já investem em startups. “A Embraer possui um programa de R$ 130 milhões”, exemplificou. Ele citou alguns casos de sucesso no segmento. Uma empresa investida em R$ 100 mil pela Totvs, hoje fatura R$ 10 milhões. E outra empresa investida em R$ 1 milhão pela Embraer, passou a faturar R$ 15 milhões. “Elas ajudam as startups, direcionam pedidos e até conseguem clientes”, diz.

 

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Greg Kelly da EqSeed conversando com Samy Dana no Globo News

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