O marketplace mudou a forma como as pessoas consomem produtos hoje em dia.

Nunca foi tão simples (e prático) fazer compras, pesquisar por uma nova televisão ou escolher o menu do jantar. E essa é uma das maiores semelhanças de grandes empresas e startups ao redor do mundo como Uber, Airbnb e Amazon: todas são marketplaces. E eles procuram conectar compradores com vendedores de uma forma eficiente e escalável (que pode ser replicada igualmente em grandes volumes).

Mas você sabe realmente o que é um marketplace e por que é um investimento que vale a pena?

Separamos os conceitos importantes para você conhecer melhor esse modelo de negócio que pode apresentar retornos interessantes para empreendedores e investidores.

Acompanhe.

O que é marketplace?

O primeiro ponto que precisa ser esclarecido é a diferença entre marketplace e e-commerce, uma dúvida extremamente comum já que ambos atuam no meio digital e comercializam produtos.

Mas são duas plataformas completamente diferentes. Segundo o Merriam-Webster, um marketplace é:

“Um Sistema econômico onde diferentes empresas competem entre si para vender seus produtos”

Ou seja, um marketplace é um shopping virtual onde diferentes negócios anunciam e vendem, enquanto um e-commerce é uma loja específica de uma empresa ou marca. Um exemplo interessante de marketplace é o Mercado Livre.

mercado livre

Com mais de 100 milhões de usuários cadastrados e avaliado em 5 bilhões de dólares, o ML recebeu US$ 7,6 milhões em investimentos na sua primeira rodada, em 1999, e hoje é o maior marketplace do mundo.

Falando sobre e-commerce, a loja online da marca de roupas Hering é um bom exemplo.

hering

Lá, você consegue ter acesso a toda a coleção de roupas e comprar diretamente pelo site. Repare que não existe nenhuma marca concorrente, todos os produtos são da própria Hering.

Quais os benefícios do marketplace?

Para quem pensa em fazer qualquer investimento é preciso pensar nos benefícios que aquele negócio traz. Não só do ponto de vista do retorno financeiro, mas também para a variedade da carteira de investimentos.

O marketplace é, definitivamente, um modelo de negócio que chama a atenção de investidores. Não é a toa que grandes empresas internacionais apostam nesse modelo de negócio.

Mas considerando os dois tipos de cliente que esse empreendimento tem (compradores e vendedores) quais os benefícios para cada um deles?

Os benefícios para quem compra

Segundo o NI Business Info, o marketplace apresenta benefícios consideráveis para quem compra e vende produtos online. Os principais são:

  • Informação atualizada sobre preços, produtos e disponibilidade;
  • Conveniência de comparar preços de um mesmo produto, em diferentes fornecedores;
  • Fidelização e confiança por parte dos compradores que lidam com um marketplace exclusivo para membros cadastrados.

Segundo uma pesquisa feita pela BloomReach, em 2015, 44% dos usuários acessam diretamente a Amazon antes de procurar por produtos em outro site.

Pense nisso por um instante.

Quantas vezes você foi diretamente a uma loja/marketplace por que você sabia que iria encontrar tudo o que você estava procurando lá? Um shopping online de tecnologia com lojas que vendem smartphones, tables, computadores e notebooks. Ou um marketplace para encontrar roupas de qualidade por preços mais em conta, como o Enjoei.

Os benefícios para quem vende

A própria NI Business Info aponta que a possibilidade de utilizar um canal extra para divulgar e vender produtos é valioso para empresas de todos os tipos. Um exemplo interessante são concessionárias de carro usados.

A grande maioria possui lojas físicas mas também utiliza plataformas como o VRUM, WebMotors, ou o próprio Mercado Livre, para anunciar automóveis. Um estudo de dois professores da School of Management Information Systems, na Universidade de Edith Cowan, Austrália, reforça que os marketplaces virtuais são importantes para manter as empresas atualizadas no mercado.

Pequenas e médias empresas podem apresentar seus produtos para todo o mundo e expandir sua participação no mercado sem precisar de grandes investimentos. É uma oportunidade de expansão.

Mas um dos principais benefícios do marketplace para quem vende (e também para quem investe) é que para ele funcionar não é necessário manter um estoque ativo. Imagine o exemplo da Hering: ao desenvolver uma nova coleção, ela precisa estudar o mercado, estimar quanto vai vender, investir para produzir, distribuir as peças e criar um estoque com diferentes cores e tamanhos.

Grande parte desse estoque não vai ser vendido e, eventualmente, vai ser liquidado pelo preço de custo. Isso tem um grande efeito nas margens de lucro da empresa e afeta diretamente investidores e acionistas.

Os desafios e riscos do marketplace

O modelo de negócio de startups é um investimento de alto risco por natureza.

Por isso é importante ter em mente que um marketplace também apresenta ameaças , como a manutenção da qualidade das ofertas, já que nem todas as empresas serão atraentes para o comprador em um nível semelhante.

E essa não é uma daquelas histórias em que “a grama do vizinho é sempre mais verde”. Na verdade, o ideal é que a grama seja a mais verde possível, sempre.

Existem dois tipos de clientes em um Marketplace: quem compra e quem vende.

O comprador procura por vendedores e os vendedores procuram por compradores, e o marketplace trabalha para expandir cada um desses mercados (mais ofertas para mais possíveis compradores).

Isso faz com que os resultados nos anos iniciais do negócio sejam relativamente menores se comparados aos padrões de outros segmentos, porém, quando é atingida uma densidade de transações – e ofertas – suficiente é possível escalar rapidamente a um tamanho considerável.

O Shopify é um excelente exemplo. Você pode construir uma loja online completa pagando um preço fixo mensal de acordo com suas necessidades. Em 3 anos, eles aumentaram em 10x o seu tamanho (atingindo 7 bilhões em vendas brutas de produtos).

shopify

Mas o mais interessante está aqui: segundo os relatórios do Shopify para seus investidores, o último trimestre de 2016 mostrou um crescimento de 86%, se comparado com o mesmo período do ano anterior, e um crescimento total bruto de 94%, se comparado 2016 com 2015.

O que você precisa saber para investir em um marketplace?

Encontrar o marketplace certo no momento certo pode fazer toda a diferença para a sua de carteira de investimentos. E é através de uma boa pesquisa e algumas informações valiosas que você pode avaliar se investir em um marketplace é o que você precisa agora. Separamos 4 pontos que devem ser levados em conta para você fazer essa avaliação.

1. Parceiros de negócio (lojistas)

Como vimos anteriormente, os lojistas são extremamente importantes para o sucesso do marketplace. Ter empresas de qualidade com produtos de qualidade é indispensável para o sucesso do negócio.

2. Política da empresa

Como o marketplace gerencia seus lojistas é extremamente importante para o sucesso do negócio.

O primeiro passo para isso é criar uma política clara tanto de comissionamento (ou de receita recorrente) quanto dos direitos e deveres de quem disponibiliza seus produtos pela plataforma. Antes de investir em um marketplace procure conhecer mais sobre a política adotada por ele.

3. O mercado

O mercado de marketplace cresce com números vistosos ao longo dos anos.

Uma pesquisa da WebRetailer em 2014 mostrou que 2.1% dos lojistas vendiam entre US$ 10 mi e US$ 100 mi através de vários marketplaces. Essa mesma pesquisa, porém em 2016, mostrou que somente na Amazon 0,6% dos entrevistados vendem mais de US$ 50 mi, e metade deles ultrapassa os US$ 100 mi.

Só na Amazon!

Mas o que isso significa para o investidor? Que é um mercado incrível, e ainda tem espaço para crescer, principalmente porque os lojistas continuam procurando marketplaces para expandir suas vendas.

4. Valuation do marketplace

A valuation (o valor de mercado de uma empresa) é fator determinante para escolher um investimento. E não é atoa que os investidores se sentem tão atraídos por marketplaces: é um excelente modelo de negócio.

Para entender se o investimento vale a pena é importante analisar o valor de mercado do negócio. E também como ele pode crescer. O investidor precisa estar atento ao volume bruto de mercado (ou Gross Market Volume, GMV) que é o total de vendas realizadas em um mês, trimestre ou ano.

Para marketplaces que ainda estão começando – e ainda não possuem um volume de mercado considerável – é importante para o investidor analisar o tamanho do mercado e o potencial de receita da empresa.

Você também pode acompanhar a receita líquida e o CAC, custo de aquisição por cliente. São dois pontos que ajudam a entender o ganho líquido do negócio e o custo de cada novo cliente.

Conclusão

Investir em marketplace é uma opção extremamente atraente para investidores. Principalmente para aqueles que procuram modelos de negócio interessantes como parte da sua carteira de investimentos.

É um mercado que continua crescendo e apresenta oportunidades para novos investidores e novas soluções.

Muitas startups bem sucedidas do mundo implementaram o modelo de marketplace (Uber, Airbnb, Shopify). Ao mesmo tempo, esse não é um modelo de negócio que está dando os seus primeiros passos. Investir em marketplaces é uma oportunidade de participar do crescimento de negócios inovadores aplicados a novos mercados.

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