Startup Exit: Shopback, Neemu e Chaordic compradas pela Linx

Linx, a maior vendedora de software de gestão para o varejo na América Latina, tem interesse em manter sua posição dominante no mercado.

Atualmente, ela possui mais de 40% do mercado de software de gestão para o varejo no país, faturando aproximadamente R$ 600 milhões ao ano.

Para uma empresa desse tamanho, uma das maneiras mais naturais de expansão é a aquisição de empresas menores que atuam no seu mercado.

Com essas aquisições, ela adquire milhares, se não milhões de novos clientes, novas tecnologias e protege sua posição de liderança, neutralizando potenciais ameaças e concorrentes.

Muitas das empresas adquiridas por gigantes como a Linx, começaram como startups, e esse é o caso da Neemu, Chaordic e Shopback, que foram compradas pela Linx entre 2015 e 2017, por um total de R$ 151 milhões.

Empresas adquiridas começaram como startup

A Chaordic foi fundada em 2009 por João Bernartt e João Bosco em Florianópolis. Com um investimento seed de R$ 130 mil, a solução da Chaordic foi desenvolvida para clientes e-commerce e os permitiu a personalizar o seu portal de vendas, criando em tempo real uma loja única para cada consumidor.

Já a Neemu nasceu em 2011 quando 3 estudantes na Universidade Federal do Amazonas criaram um algoritmo de busca para ganhar um concurso de programação. Pouco tempo depois, perceberam o valor desse produto para varejistas, que tiveram apenas soluções amadores disponíveis.

Exit startup Neemu

Os fundadores de tanto a Neemu quanto a Chaordic descobriram que havia um espaço no mercado brasileiro: o de algoritmos de buscas para grandes lojas varejistas, como Casas Bahia e Ponto Frio.

Hoje, mais de 30% das vendas e buscas do varejo online passam pelos algoritmos criado por eles. Estes algoritmos levam em conta as características dos clientes brasileiros, e também da loja e os produtos que ela vende.

No caso da Shopback, sua solução foi idealizada em São Paulo em 2014 por dois empreendedores já muito experientes, Isaac Ezra e Sergio Blacheniene, que repararam um grande problema em sites que possuíam muitas visitas e poucas conversões.

Segundo Ezra, “De cada 100 pessoas que entram num site, duas vão comprar e 98 vão embora. Montamos uma ferramenta para trabalhar esses 98 que estão indo embora. O objetivo da ShopBack é entender, por meio de inteligência, cookies e dados, quem são esses consumidores e conversar com eles antes de abandonarem a página.”

Antes da Shopback, os dois tinham fundado o Clube de Desconto em 2010 e venderam a empresa três anos depois. Essa experiência teria ajudado, sem dúvida, nas negociações da rodada de investimento da Shopback em 2014.

O seu primeiro produto funcionou bem, mas sua implementação foi complexa. Em 2015, a empresa refez seu produto totalmente para facilitar o uso e começou a decolar, chegando a um faturamento de R$ 3,4 milhões no mesmo ano. Até janeiro de 2017, a Shopback já contava com 900 clientes em 9 países, faturando R$ 16 milhões.

Exit startup Shopback

O exit acontece quando empresa grande percebe a startup

Essas três empresas tinham algo em comum: um produto tecnológico, disruptivo e escalável, que resolveu o problema dentro de um mercado enorme.

As histórias da Neemu, Chaordic e  Shopback se cruzaram pois todas atingiram um grau de sucesso o suficiente para despertar o interesse da Linx, uma empresa com mais de 30 anos de experiência nos modelos de ERP (Enterprise Resource Planning) e POS (Point of Sale), com grande marketshare no mercado de varejo.

Como mencionado, a estratégia de crescimento da Linx consiste atualmente em aquisições estratégicas, e em 2015 ela viu grande valor e potencial na Neemu e Chaordic, adquirindo elas por aproximadamente R$56 milhões cada.

Já a ShopBack, foi recentemente adquirida, em outubro de 2017, pelo valor de R$ 39 milhões.

O total destas três recentes aquisições da Linx supera R$ 151 milhões de reais.

É interessante notar que todas as 3 começaram como empresas startups – com 2-6 fundadores dedicados, um produto escalável e um investimento seed. Dentro de um horizonte de em média 5 anos cresceram e se tornaram um negócio de grande valor para seus donos – seus fundadores e os investidores que adquiriram participações (equity) nas empresas nos primeiros anos das suas vidas.

Quem tem equity em uma startup sai sorrindo quando ela é adquirida

Grandes empresas frequentemente realizam aquisições estratégicas no mercado, com objetivos diferentes.

Algumas procuram se proteger da inovação de novos entrantes em seu mercado, outras buscam expandir seu negócio para outras regiões geográficas.

O fato é:

Uma startup de sucesso vai atrair interesse no mercado em que ela atua.

Esse crescimento e interesse são muito bons para quem tem participação (equity) dessas empresas.

Nesse momento, não são apenas os fundadores que ganham.

Pessoas que investiram em startups logo em sua fase inicial podem receber retornos extremamente interessantes sobre seus investimentos.

Muito provavelmente, o retorno para investidores que acreditaram na Neemu, Chaordic e ShopBack em seu início de operação foi espetacular: as empresas foram adquiridas por um valor altíssimo em um horizonte de tempo relativamente curto.

É impossível saber com precisão quanto os investidores ganharam nessas saídas, pois os detalhes das transações são sigilosos.

Apesar disso, não é muito difícil especular o potencial retorno dos investidores.

Podemos imaginar um exemplo hipotético em que a Neemu, após o investimento inicial dos próprios fundadores, realizasse uma rodada de investimento em 2012, captando R$ 600 mil de investimento em troca de 15% de participação societária. Isso resultaria em um valuation post-money de R$ 4 milhões no momento.

Agora imagine que você investiu R$ 60 mil nessa rodada e adquiriu 1,5% da Neemu.

Quanto valeria esses 1,5% no exit – o momento da aquisição pela Linx em 2015?

De novo, é impossível ser preciso, pois o valor depende de rodadas de investimento subsequentes e se o investidor decidisse exercer seu direito de preferência nessas rodadas.

Apesar disso, com o valor de compra de R$ 56 milhões pago pela Linx em 2015, é razoável assumir que os investidores que participaram dessa rodada seed hipotética teriam recebido retornos de mais de 10x o valor investido em apenas 3 anos – equivalente a um retorno de 116% ao ano.

Aquisição é tendência no mercado

Comprar empresas menores faz parte da estratégia de expansão de cada vez mais grandes empresas, que querem manter a liderança no seu mercado.

Empresas como Linx tem o incentivo e os recursos de fazer essas aquisições a uma taxa impressionante. Como vimos, essas aquisições são momentos de exit para os fundadores e os investidores iniciais – momentos em que eles vendem suas participações por retornos extraordinários.

De fato, a Linx não terminou de implementar essa estratégia. Segundo seu diretor financeiro, a Linx continuará com sua estratégia de aquisições de empresas menores, utilizando um caixa de R$ 674 milhões para comprar empresas em segmentos de interesse.

Será que a startup que você investiu pode ser a próxima?

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