A revolução 5G está chegando, prepare-se para uma nova identidade digital

Você se lembra de como era a sua vida antes do smartphone? E antes da internet? Se você nasceu até o fim dos anos 80, certamente entendeu de forma prática a revolução do “www” e mobile. Se você é um nativo digital, provavelmente já pensou como é que as pessoas sobreviviam num mundo desconectado.

Independente do seu caso, a questão é que todos estamos no mesmo barco e prestes a experimentar uma nova revolução. E ela será bem maior do que a que o mundo viveu com a internet e o mobile. Estou falando do 5G e o caminho que ele abre para as infinitas aplicações baseadas em Internet das Coisas (IoT).

Conversei sobre isso com Co-Fundador e CEO da InLoco, André Ferraz, no podcast “Na Linha de Frente”. A InLoco é uma empresa que parece vinda do futuro: embasada na teoria da computação ubíqua, criou uma tecnologia 10 vezes mais potente que o GPS para gerar uma identidade digital baseada em geolocalização e IoT. Isso tudo sem comprometer nossa privacidade e com segurança de dados.

Isso quer dizer que a tecnologia mostra quem é uma pessoa de acordo com o seu movimento no mundo, mas sem exibir sua identidade real. Com a IoT, as pessoas estarão cada vez mais conectadas com tudo ao seu redor, o que abrirá caminho para esse entendimento detalhado de hábitos, comportamentos e preferências, como um grande mapeamento de identidades digitais.

 

Aplicações do 5G

Alguns setores do mercado já conseguiram iniciar o uso da IoT e são muitas as possibilidades. Na indústria, por exemplo, algumas empresas já passaram a instalar sensores nas máquinas, tornando a fábrica capaz de se auto gerenciar. Os dados de performance são levantados e diagnósticos são rodados automaticamente. Já na logística, por meio da geolocalização e instalação de sensores, o motorista pode acessar informações específicas, como necessidade de manutenção anteriormente não detectadas. Com a IoT na logística, é possível ter análise de performance e até economia de combustível, que permite reduzir emissões poluentes.

Na nossa conversa, André deixou clara sua percepção de que essa revolução da IoT possibilitada pelo 5G será muito maior do que tudo que já vivenciamos até hoje. Isso porque a internet colocou um computador em cada casa e o mobile trouxe um computador por pessoa, mas o 5G e a IoT trarão um computador por objeto! Pense no poder disso, considerando que a conexão será muito superior à que conhecemos hoje no 4G.

 

Sobre o 5G

evolução do 5g

A GSMA (Global System for Mobile Communications Association) estabeleceu em 2014 que o 5G se caracteriza por algumas especificações. Entre elas, a velocidade 10 a 100 vezes maior que a 4G e possibilidade de mais de 100 dispositivos conectados por unidade de área, redução de 90% de consumo de energia da rede e latência de 1 milissegundo, ou seja, fornecimento de dados sobre o objeto em tempo real. Por exemplo, se o seu carro for transformado pela IoT e potencializado pelo 5G, caso um pneu esvazie, você possuirá a notificação de possível problema de calibragem em um intervalo menor que um segundo.

Se os mercados de mídia, entretenimento e varejo foram totalmente transformados pelo furacão da internet e do mobile, imagine o que a IoT e o 5G farão com a economia. Estamos falando de grandes segmentos da indústria mudando completamente porque os conceitos de cozinhar, ir ao médico, e até dormir mudarão. Os objetos superconectados e a nossa relação com eles criarão um novo jeito de viver.

Com essa visão, empresas gigantes estão de olho nas transformações e passaram a investir no 5G e na IoT. A Intel foi uma delas. A multinacional já passou a desenvolver o 5G e fabricar chips e modens voltados para a IoT. O equipamento Atom x3-M7272 já é capaz de fornecer firewall e inspeção de pacotes para carros que andam sozinho.

É uma grande mudança desde o 2G, que foi feito para transmissão de voz. O passo seguinte foi a transmissão de dados, com o 3G, e depois o 4G, programado para aguentar grandes fluxos, sendo capaz de fornecer aos usuários serviços de streaming (Spotify ou Netflix).

 

Impactos do 5G na segurança de dados

A privacidade e a segurança serão temas delicados no 5G, já que estamos falando de dados distribuídos em muitas redes. Já caminhamos algumas milhas no entendimento desse assunto e, há pouco tempo, vimos vários países criarem marcos legais a respeito. Mas, há muito para avançar.

Com o 5G teremos uma superfície maior de ataque, afinal as conexões vão se multiplicar. A previsão do Gartner é que a implementação do 5G vai atingir cerca de 38 bilhões de dispositivos. Além disso estamos falando de um ecossistema digital mais complexo e, portanto, com mais desafios relacionados à segurança.

Segundo o CEO da InLoco, o tema da segurança de dados está no DNA da empresa, que propõe o mapeamento de identidades digitais, mas protegendo a privacidade do usuário. Na era do 5G essa preocupação deverá ser compartilhada por todos os negócios, sejam eles de natureza digital ou não. Até porque nesse novo mundo todas as empresas serão digitais.

Sim, esse é um tema espinhento e teremos que enfrentá-lo. E não há dúvidas de que a mesma tecnologia que trouxe esse problema será a ferramenta para solucioná-lo.

 

Essa revolução 5G é pra quando?

A tecnologia 5G é recente, mas já vem sendo sucesso em alguns países como Coreia do Sul e Estados Unidos. No Brasil, questões políticas, legislativas e comerciais alongaram o processo de viabilização da rede 5G. O leilão da Anatel inicialmente previsto para este ano pode sofrer ainda mais atraso por causa da pandemia do coronavírus.

Apesar disso, é importante lembrar que o potencial dessa tecnologia no Brasil é gigante. Basta lembrar que somos um dos maiores mercados do mundo na utilização de dispositivos móveis. Só para se ter ideia, um estudo da 5G América prevê que o país terá mais de 230 milhões de linhas móveis até 2023.

Entusiasta do assunto, Andre Ferraz lembra que a revolução do 5G está à porta porque a tecnologia já está pronta. Empresários como Elon Musk já se manifestaram à favor da tecnologia e classificaram como 100% segura para o corpo humano. Isso porque a tecnologia foi alvo de polêmicas, como ser responsável por espalhar o coronavírus na Inglaterra.  O que falta agora é apenas estrutura para instalar ao redor do globo. Mas vale lembrar que ela vai ser viabilizada e, até lá, é bom estarmos preparados.

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