Como seria o mundo se o coronavírus tivesse surgido nos anos 2000? Sem as tecnologias que temos hoje, como a pandemia seria enfrentada?

Provavelmente as filas no mercado seriam maiores, pois não havia aplicativos de delivery.

Não haveria muitas alternativas para reduzir as filas nos hospitais, pois não existia telemedicina.

Sem o ensino à distância (EAD), os alunos estariam sem aulas, o acesso à informação seria mais difícil e o cenário de caos possivelmente seria ainda maior.

Algumas das protagonistas para minimizar este cenário foram as startups, que puderam garantir serviços para a população de forma rápida e sem burocracia.

De acordo com Anthony McCourtney, sócio da EqSeed, plataforma de venture capital que conecta investidores a startups, são essas as empresas que vão garantir a retomada econômica pós-pandemia:

“As startups se mostraram fundamentais em diversas áreas, como financeira, telemedicina, mobilidade, logística, tecnologias para gestão de home office, entre muitas outras. O core business das startups é a resolução de problemas por meio de tecnologia aplicada, fornecendo melhores serviços por um custo menor. Essas empresas alavancado em tecnologia fazem com que os impactos da pandemia são mais gerenciáveis para as pessoas no cotidiano”.

Exemplo disso é a Pegaki, de Blumenau, que fez duas captações com a EqSeed, em novembro de 2017 captou R$ 360.000 e em outubro de 2018, captou R$ 1.200.000.

A startup oferece o serviço de coleta e que ajuda microempreendedores a terem mais opções ao despacharem seus produtos.

Neste contexto, o empresário listou as quatro razões pelas quais as startups serão importantes na retomada econômica. Confira:

Transformação digital
Instituições médicas agora realizam teleatendimento, fintechs como a Nubank funcionam perfeitamente sem a necessidade de o cliente ir a uma agência física, as startups de mobilidade transformaram a forma como nos locomovemos.

O universo online viabiliza experiências e serviços cada vez melhores e mais baratos e isso é uma tendência inevitável.

E são as startups as responsáveis por essa transformação, especialmente pelo caráter inovador e pela rapidez e agilidade com que conseguem encontrar, desenvolver e implementar uma solução.

Geração de empregos
Estamos vivendo uma das maiores crises de desemprego da história e isso não é novidade.

As startups também tem uma participação efetiva na solução dessa questão, já que são diferentes de empresas tradicionais em vários aspectos.

Um deles é a capacidade captar milhões de reais em capital através de rodadas de investimento. Grande parte desse dinheiro é utilizado para fazer contratações novas, gerando novos empregos.

Vemos casos como a Loft, o mais recente unicórnio brasileiro, que captou US$ 175 milhões em janeiro de 2020, antes da crise.

Startups como essa, que conseguiram captar dinheiro, tem reservas para fazer contratações, mesmo durante a crise.

Acesso a capital
Em um momento de crise, as empresas precisam acessar capital de maneira rápida e facilitada. Há pouquíssimos anos, havia apenas quatro grandes bancos à disposição do empreendedor brasileiro. Mas graças às startups, essa situação mudou.

Durante a pandemia, todas as empresas estão sendo obrigadas a reduzir custos. Muitas vezes, grandes empresas olham para as startups com modelos B2B inovadores para fornecer soluções melhores por uma fracção do custo.

Segundo levantamento da segunda edição do Distrito Fintech Report, de 2020, o Brasil já soma 742 fintechs.

Essas empresas crescem no Brasil, pois têm trazido acesso a capital com taxas menores, retornos maiores para investidores.

Dessa forma, elas provam que é possível desburocratizar o mercado financeiro brasileiro.

As vantagens aparecem tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.

Empresas que estão com dívidas, independentemente do porte, podem encontrar alternativas de empréstimos para sobreviver à crise e sair da pandemia sem uma dívida impossível de pagar.

As fintechs possibilitam que muitas companhias sigam abertas e operando de forma saudável, fortalecendo a economia brasileira.

A Ulend, por exemplo, é uma fintech de peer to peer lending que conecta empresas que precisam de capital à investidores que querem emprestar como forma de investimento.

Trata-se  da única plataforma do mercado que atua com empréstimos com garantia para o investidor, o que tem agradado tanto empresas, como investidor.

Redução de custos
Durante a pandemia, todas as empresas estão sendo obrigadas a reduzir custos. Se não fossem as startups, isso seria praticamente impossível.

Suas soluções viabilizaram o trabalho à distância com a mesma produtividade, a venda pela internet, entre tantas outras possibilidades.

Um caso interessante é o da plataforma para operação de car sharing JoyCar, cuja procura nos meses de abril, maio e junto aumentou mais de 30%.

Na prática, trata-se de uma tecnologia para gestão de frotas, por meio da qual um colaborador reserva o carro da empresa pelo aplicativo ou site e libera o carro por bluetooth ou crachá.

O gestor acompanha todo uso do automóvel em tempo real. Adotar a solução permite reduzir o número de carros da empresa. É corte de custo na veia. Em um período de crise, a solução caiu como uma luva para as grandes empresas.

Esse aquecimento do setor também vem atraindo investidores. Tanto é que a Joycar teve uma rodada de investimento concluída na plataforma EqSeed no dia 18 de julho, durante o período da crise.
– via https://www.economiasc.com