Startups e lifestyle business têm muita coisa em comum, mas os dois modelos de empresas podem ser bastante diferentes quanto ao objetivo. Entenda cada um e descubra uma maneira de investir.

Desde os anos 1990, o nome startup começou a caracterizar empresas enxutas, associadas à tecnologia, com capacidade de crescerem rapidamente.

Mas à medida que o termo ficou mais conhecido, também houve muita confusão sobre o que caracteriza um negócio assim.

Um jovem empresário que abre uma sorveteria com self-checkout (caixa de pagamento em que o comprador realiza a própria operação de pagamento) é uma startup?

Apesar do processo de pagamento tecnológico, não. Não é. 

Neste caso, trata-se um lifestyle business. Ou seja, nada mais do que um negócio tradicional. 

Para ser uma startup, precisa ir além disso. 

Então o que significa esses dois termos e o que faz uma startup ser uma startup?

Neste texto, vamos explicar a diferença entre startups e lifestyle business e responder a seguinte questão:

Por que todo negócio pode ser um lifestyle business, mas nem todo negócio pode ser uma startup. 

Fique ligado!

Startups e lifestylebusiness: o que é cada um

startups e lifestyle business: mão feminina usar Ipad

Vamos começar por “startup”:

Startup geralmente é uma empresa jovem e inovadora.

Mas vai além disso. Steve Blank, um dos gurus do empreendedorismo atual, costuma dizer que startup é uma “empresa à procura de um modelo de negócio repetível e escalável”.

Se você é novo no mercado de startups, guarde essa palavra: escalabilidade

O termo é um dos pilares quando falamos de startup. E, em linhas gerais, se refere à capacidade de uma empresa, por exemplo, aumentar o número de clientes, e, portanto, sua receita, a uma taxa acelerada.

Importante: toda essa operação de crescimento ocorre sem que os custos subam na mesma proporção.

Ou seja, ganham mercado, sem aumentar os gastos.

Como fazem isso?

Um exemplo disso são startups que trabalham para desenvolver um software. 

Vamos imaginar que uma companhia desenvolveu um sistema que ajuda empresas a gerenciar custos. 

Uma vez que o software está redondo, ou seja, funcionando, ele pode ser disponibilizado no mercado. Quem deseja ter acesso, precisa apenas pagar mensalmente para ter acesso ao programa para gerenciar custos. 

Percebeu?

Todos os clientes da startup pagam uma mensalidade. Na outra ponta, para a startup, tanto faz ter 1000 clientes ou 2000 porque o produto para todos é igual. 

Isso é capacidade de escala!

Quer mais um exemplo? O Uber.

Depois que a empresa desenvolveu um aplicativo que conecta motoristas aos  passageiros, o Uber precisa apenas que interessados instalem o app no celular. 

Ou seja, não é necessário que dobre o custo com infraestrutura para permitir que o serviço seja utilizado pelo dobro de pessoas.

Para entender melhor, vamos falar sobre algumas características de toda startup.

Características das startups:

startups e lifestyle business: equipe de trabalho discutindo algum projeto

a) Atua em grandes mercados

Se a intenção é escalar, atuar em grandes mercados é fundamental. Transporte, pagamentos, empréstimos ou hospedagem são alguns dos exemplos. Afinal, o que adiantaria ter um modelo escalável, que permita um crescimento acelerado do negócio, se o mercado é muito pequeno?

b) Alta flexibilidade

É bem comum uma empresa startup começar com uma ideia e mudar o modelo de negócio em relativamente pouco tempo.

Por isso, flexibilidade é algo importante no negócio. Aliás, existe até um termo para alterar o modelo de negócio: pivotagem, que é quando a empresa altera o seu modelo de negócio e começa do zero.

c) DNA de inovação

Oferecer uma solução para uma dor ou uma maneira eficiente de fazer algo costuma ser um dos caminhos para uma startup se destacar.

Ou seja, startups, principalmente as que escalam, criam algo do zero. Algumas, como Google, Facebook ou Amazon, criaram “futuros” e alteraram comportamento para sempre.

d) Time enxuto

Além do fundador, startups, principalmente nos primeiros meses, costuma ter até 10 funcionários, mesmo com faturamento alto e crescente.

É característico também dobrar o tamanho da equipe em menos de um ano à medida que o negócio cresce.

Afinal, o que é lifestyle business?  

startups e lifestyle business: homem usa notebook sentando na praia

O nome vem do inglês, mas poderíamos definir que são negócios que operam no modelo tradicional.

Nesse tipo de segmento, a ideia do empreendedor que toca um lifestyle business é que a empresa dele produza uma renda suficiente para ter o estilo de vida que ele quer – e nada mais.

Ou seja, são negócios que dão lucros o suficiente para que os sócios adotem o estilo de vida que desejam, mas sobra pouco para investidores, por exemplo.

Mas não é só isso.

Se com a startups a escalabilidade é importante, em um lifestyle business isso não é o fator preponderante. E, claro, por uma questão bastante objetiva.

Quando um lifestyle business deseja aumentar a receita (e crescer), é preciso aumentar os custos da mesma forma, sejam eles quais forem – mão de obra, aluguel, fornecedores, etc.

Ou seja, na prática, essas organizações requerem grandes gastos para gerar grandes receitas, resultando em margens de lucros limitadas e crescimento orgânico mais lento.

Estamos falando, por exemplo, de um restaurante, uma padaria, uma loja, ou uma consultoria. 

Startups e Lifestyle Business: diferenças e semelhanças

startups e lifestyle business: mesa de trabalho vista de cima

Há sempre diferenças e semelhanças entre os dois modelos. Alguns são mais aparentes, outros acabam sendo mais subjetivos.

Separamos algumas das principais diferenças e semelhanças:

Vamos primeiro as principais diferenças:

1 – quanto ao objetivo

Startups – ganhar escala. É até comum as startups abrirem mão de lucros significativos nos primeiros anos para crescer o mais rápido possível. Um exemplo disso foi a Amazon que passou quase duas décadas dando prejuízo.

Lifestyle business – foco em gerar lucros, assim que possível e tentar crescer esses lucros organicamente e de forma estável ao longo de tempo.

2 – quanto à estrutura do negócio

Startups – os sócios e a equipe trabalham com a hipótese do surgimento de problemas e por uma resolução rápida que atenda as dores do cliente.

Lifestyle business – segue um processo padrão dos processos e planejamento mais fixo. Normalmente, as mudanças são planejadas no longo prazo.

3 – quanto ao controle da empresa

Startups – sócios fundadores buscam investimento, oferecendo em troca de uma participação do investidor no negócio.

Lifestyle business – na maioria das vezes, os sócios detêm o controle absoluto do negócio

Vamos às principais similaridades: 

a) Quanto ao risco

Empreender trata-se também sobre aprender a lidar com riscos. Portanto, em uma startup ou em um lifestyle business sempre haverá uma pressão intensa para a construção de uma empresa a partir do zero.

b) carga de trabalho

Um lifestyle business pode permitir, por exemplo, uma escala flexível em alguns casos, mas para fazer o negócio dar certo será preciso trabalhar duro. No caso da startup, então, nem se fala. Empreendedores, de fato, respiram seus negócios. 

c) rentabilidade do negócio

Esse é um ponto que traz uma semelhança, mas também uma diferença.

Para se ter lucro será preciso gerar valor e aceitação no mercado. Isso, claro, será o mesmo nos dois modelos. Conforme falamos ao longo do texto, lifestyle business acabam que possuem um teto de crescimento. Quando dão lucro, geralmente o montante fica no bolso do dono.

Já startups miram grandes mercados. Logo, à medida que atingem patamares altos, o lucro sobre. E o que fazem com o lucro? Investem para crescerem mais.

Como ser investidor de algum dos dois modelos?

startups e lifestyle business: homens e mulheres em uma roda olhando para um Ipad

1) Lifestyle business

Geralmente, esses negócios se formam a partir de até 2 ou 3 sócios. E, como são modelos tradicionais, dificilmente abrem uma rodada para receber investimento para crescer.

Afinal, o que miram é ter um negócio auto sustentável que traga o necessário para uma vida confortável. 

Quando é o caso de buscar um investidor, esse convite geralmente surge a partir de amigos ou indicação do círculo social.

2) Startups

Desde 2016, está amadurecendo um mercado que permite a compra de equity de empresas inovadoras, ou seja, as startups. Essas companhias têm potencial para virarem grandes em um prazo relativamente curto.

Qual a vantagem? 

Para os investidores, é a chance, por exemplo, de adquirir participação em negócios com muito potencial, e à medida que a empresa fica maior (e mais valiosa), o seu investimento será ainda mais rentável.

Conclusão

– Startup é uma empresa jovem e inovadora, mas a principal característica desse tipo de empresa é a escalabilidade;

– Lifestylebusiness é um tipo de empresa em que o foco é ter uma renda suficiente para manter um estilo de vida 

– É possível investir nos dois tipos de empresa. Mas o acesso para investir em startups é muito maior.

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