Artigo originalmente publicado na SpaceMoney.

Com os avanços tecnológicos, e mais especificamente com a internet, formas de financiamento online se tornaram as principais fontes de aporte. Uma das possibilidades é o crowdfunding de investimento, um tipo de financiamento coletivo, a famosa “vaquinha” online. No inglês, a expressão vem da união da palavra crowd, que significa multidão, e da palavra funding, que significa financiamento.

Basicamente, o crowdfunding se baseia no investimento de uma certa quantia para financiar uma empresa e, assim, receber algo em troca.

dois tipos de crowdfunding de investimento:

  • Debt crowdfunding: é uma espécie de “empréstimo”; o valor investido é devolvido após um determinado tempo, com juros adicionado.
  • Equity crowdfunding: os contribuintes do financiamento são, na verdade, investidores, que em troca do valor do financiamento recebem uma participação nas ações da empresa.

Apesar desse tipo de financiamento ter sido praticado há algum tempo sem regulamento, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), entidade vinculada ao Ministério da Economia que disciplina o funcionamento do mercado de valores mobiliários, estabeleceu, em 2017, regras para a modalidade. Você pode conferi-las, na íntegra, aqui.

A oferta do crowdfunding é feita por meio de plataformas eletrônicas específicas, que fazem a ponte entre investidor e empresa. Algumas das mais famosas companhias no ramo são a Eqseed, MyFirstIPO, StartMeUp e Glebba.

Aqueles que desejam ser financiadores podem, de acordo com as regras da CVM, aplicar um valor máximo de R$ 10 mil por ano. Este valor poderá ser maior quando em alguns casos. Um deles é o doo investidor conceituado como líder – alguém que apresenta experiência comprovada na realização de investimentos e recebe autorização para exercer a liderança de um sindicato de investimento participativo. Investidor qualificado, aquele que possui aplicações financeiras em valor igual ou superior a R$ 1 milhão, também pode ultrapassar esse valor. Por fim, o investidor que possuir mais de R$ 100 mil em renda bruta anual ou em investimentos financeiros tem o limite de investimento de 10% desse valor.

Vantagens e desvantagens

A transparência, facilidade e rapidez são alguns dos atrativos dessa modalidade de investimento. As plataformas analisam as empresas participantes previamente, selecionando-as, e o investidor pode acompanhar seus investimentos por meio do acesso às informações das empresas, como o histórico, plano de negócio e projeção dos resultados.

Outro ponto positivo é o retorno. Apesar de variar para cada empreendimento, algumas plataformas, como a Investweb, afirmam que suas opções têm “rentabilidade acima da média do mercado”; empresas que utilizam a Investweb oferecem rentabilidade de 10% e 12% ao ano, por exemplo.

Apesar dos aspectos convidativos, existem alguns riscos no investimento em empresas nessa etapa inicial. A possibilidade de perda de capital, a menor liquidez do investimento, a falta de dividendos e o potencial da sua participação ser diluída em rodadas de investimento no futuro são alguns dos perigos. A Eqseed, por exemplo, tem uma página dedicada a informar os riscos desse serviço aos investidores.

Números

Segundo dados divulgados pela CVM, o número de plataformas que oferecem esse tipo de serviço no Brasil passou de quatro em 2016 para 26 em 2019. Ainda de acordo a entidade, houve um aumento de aproximadamente 607% no total captado nas ofertas de crowdfunding de investimento de 2016 a 2019, indo de R$ 8.342.924 para R$ 59.043.689.

Isso denota o aumento da popularidade e evidencia a importância do crowdfunding de investimento como uma das melhores opções para as empresas que pretendem ter novas formas de financiamento de uma forma simples e eficiente.