Soluções tecnológicas se tornaram necessárias para que as empresas acompanhem o consumidor online
O consumo digital, cada vez mais presente na sociedade, levou ao boom do e-commerce, especialmente durante esse período de pandemia. Em 2020, segundo um estudo da Fecomércio-SP, a participação do comércio online nas vendas do varejo cresceu, em 6 meses, o mesmo que havia crescido nos 6 anos anteriores. Em 2021, a subida continuou e se consolidou — só no primeiro semestre, as vendas virtuais alcançaram o valor recorde de R$53,4 bilhões, de acordo com a Nielsen.
Agora que saímos dos momentos mais críticos da pandemia e as lojas físicas voltaram a abrir, muitas pessoas imaginaram que o e-commerce voltaria a se retrair. Contudo, o comportamento do consumidor se adaptou aos benefícios das compras digitais. Esse era um processo já previsto para acontecer naturalmente, mas que foi acelerado devido ao isolamento social. Por isso, a tendência é que as pessoas continuem comprando online.
Existem alguns motivos que levam o consumidor a manter o movimento digital em alta. Veja:
1: 97% dos brasileiros buscam informações sobre o produto ou serviço que desejam na internet antes de realizar uma compra, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas em parceria com a SPC Brasil.
2: O mesmo estudo aponta que 43% das pessoas compram por impulso ao invés de planejar os gastos previamente, seja a partir de promoções e ofertas ou só ao navegar pelo e-commerce. A internet, disponível a qualquer momento para o consumidor, é um prato cheio para esse tipo de transação impulsiva.
3: 83% dos brasileiros utilizam o WhatsApp para fazer compras, de acordo com uma pesquisa da consultoria Accenture. E a maior parte das marcas presentes nesta plataforma são as menores: 74% das lojas que utilizam o aplicativo de mensagens como canal de venda são de pequeno e médio porte.
Ou seja, está claro que as compras online fazem parte da vivência da maioria da população e se encontram em todas as esferas do comércio — das grandes corporações até as lojinhas de bairro.
Neste sentido, vale mencionar que as pequenas empresas estão lutando para se adaptar ao mundo digital o mais rápido possível. Os negócios mais estruturados, mesmo pegos de surpresa pela pandemia, já estavam preparados para a demanda online em algum nível (não podemos esquecer que essa já era uma realidade potente antes de 2020). Já os empreendedores que não tinham essa preocupação anteriormente viram o diferencial se tornar necessidade em pouquíssimo tempo. Presença digital se tornou questão de sobrevivência para muitos.
Não à toa, nos primeiros meses de isolamento, mais de uma loja virtual por minuto foi aberta no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm). Outro levantamento, da PayPal em parceria com a BigData Corp, apontou que o número de lojas online atingiu a marca de 1,3 milhões em agosto de 2020, o que corresponde a um crescimento de 40,7% em comparação a 2019. Desses, 48,06% são de pequeno e médio porte.
Para o futuro, o olhar é promissor. Um estudo feito pela Opinion Box com a bornlogic descobriu que 49% dos consumidores pretendem fazer ainda mais compras online em 2022. A pesquisa também aponta para a tendência da integração dos canais físicos e digitais: 74% dos entrevistados afirmou já ter pesquisado produtos na internet para então fazer a compra presencialmente, e 84% já fizeram o percurso contrário.
Crescimento imenso. Pouca conversão
Enquanto esse aumento e consistência é ótimo para as empresas, ao mesmo tempo significa novos desafios a serem enfrentados. Muitos e-commerces não estão preparados para receber grandes demandas, ou não estão em sua melhor condição para se manter competitivos.
O Brasil possui uma das piores taxas de conversão de usuários em vendas do mundo: apenas 1,33% contra uma média global que chega a 2,25%.
Isso significa que a cada 10 visitas a um e-commerce, apenas 2 se convertem em vendas.
Inovação, tecnologia e tratamento de dados: ferramentas essenciais
Para suprir essas necessidades, surgem as ferramentas de vendas online. São tecnologias que atuam em problemas específicos, que atingem com bastante força o e-commerce, como a falta de atendimento em tempo real, caputira de dados, ou mesmo o abandono do carrinho de compras quando o cliente seleciona o produto e entra na fase de conclusão, mas não finaliza a compra.
Cada situação traz riscos de perda de clientes e, consequentemente, de receita. Afinal, a contrapartida da maior popularidade do e-commerce é o aumento simultâneo da concorrência. Portanto, quando o consumidor não tem a experiência que deseja em um site, ele simplesmente parte para outro.
Alguns dos problemas mais comuns enfrentados pelos usuários nos e-commerces são:
Falta de adaptação à versão mobile
91% das pessoas faz compras online via smartphone, segundo o Panorama Mobile Time com a Opinion Box. Essas operações podem ser realizadas através de apps das lojas ou pelo navegador do celular. De uma forma ou de outra, a experiência deve ser boa, ou o usuário não retornará.
Um levantamento do Google demonstrou isso. Experiências negativas em sites móveis reduzem em até 62% as chances de novas compras. O negativo, nesse caso, pode incluir incompatibilidade com sistemas operacionais (Android e iOS sendo os principais), layout inadequado, entre outras possibilidades.
Velocidade de carregamento
Um dos maiores problemas que afetam a experiência do usuário é a velocidade ao carregar a página do e-commerce. 40% das pessoas chegam a abandonar o site completamente se perceberem uma demora maior que 3 segundos para o carregamento.
Também é importante se atentar à qualidade do carregamento, ou seja, se acontece de forma completa. Por exemplo, se a base da página carrega rapidamente, mas as imagens são pesadas demais, o usuário ainda ficará insatisfeito e pode desistir de esperar.
Abandono de carrinho
Essa é uma situação comum e característica do e-commerce. Muitos consideram que esse é um dos maiores obstáculos das vendas online. A perspectiva faz sentido: a taxa de abandono do carrinho de compras é de, aproximadamente, 77%. Os dados são de um estudo da Barriliance.
No Brasil e no mundo diversas startups estão nascendo investindo em tecnologias que resolvam esse problema. Desde chatbots até o uso de inteligência artificial e big data para capturar todo o fluxo e perfil do usuário, entregando personalizações e anúncios no momento certo para converter a compra. Transformando toda a audiência anônima, que ainda sequer possui cadastro, em clientes e receita.
Startups que impulsionam vendas online no mapa de investimentos e M&A’s
- Similarweb: fundada no Reino Unido em 2007, fornece serviços em Web analytics, mineração de dados e inteligência empresarial, chegou ao seu IPO em 2021, sendo avaliada em R$ 1,6 bilhão de dólares.
- Dynamic Yields: comprada pelo McDonald’s em 2019, fornece soluções de otimização de conversão para empresas de e-commerce, viagens, finanças e mídia com a proposta de criar uma experiência online personalizada.
- Juni: startup que visa crescer a conversão em e-commerces, foi adquirida pela Magazine Luiza em 2021.